quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Desobsessão

Tipo isso pode ser bom?
Tipo, não pode ser melhor que isso?
Será se as máquinas em tudo que fazemos
Nos tornam mais maquinais ainda
E nos fazem uma espécie de micos do circo
Ou circuito das máquinas de pensar e registrar
Mas não sentir?
Será se o comércio obsessivo
Tudo à venda o tempo todo sem sentido
Ou qualquer outra sensação além do alívio e do gozo
Infinito e quase nada da compra, faz os seres
Divinos e humanos que nós somos uns meros
Artifícios como se fôssemos uns bonequinhos
Numa peça de fantoches sem sentido
E apenas com penas e outros vícios
E tudo obsessivo e sem alívio?
Como será bom ser humano
De novo um dia, minha amiga,
Como será bom sentir tranquilos sentimentos humanos
Sem peso nem medida
Mas com TODA a alegria

sábado, 20 de agosto de 2011

Chamo

Eu te chamaria pra sair
Eu vou te chamar pra entrar
Na floresta e prosseguir
Até o dia raiar
A alegria é o que resta
O amor é onde eu quero chegar
Eu gosto desse seu jeito
Meu peito
Se alegra de te avistar

Junto

Como é seu nome meu bem?
Ou melhor ainda, hein!
Como você gosta de ser chamada?
Na verdade palavras pouco falam
Perto por exemplo dos olhos
E quanto mais perto melhor
Por exemplo há uma distância
Que elimina toda a dor
E acalma toda a ânsia
E joga os rótulos fora
E o que fica a gente adora
Minha adorável doutora

Juntos

Eu gosto de você
Igual como gosto de mim
Não sei por quê
Mas é assim

Eu sei que incomoda
Eu ser tão romântico
Mas eu não sigo a moda
Eu sou quântico

Pago pra ver
(E a paga é o devir)
O sol nascer
E a gente sorrir

Profecia

Todo falado
É o salário óbvio de um fado que toca pela noite
E o seu enfado é o fato que lhe fez ficar calada olhar pro nada e não saber mais o que fazer

Enquanto isso
No ano que vem
Uma onda gigante se aproxima
Um poeta procura por uma rima
Um bebê olha pra cima
Eu e você

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sal do mar

E a sua boca que não falou oi hoje
Estava no sonho de um poeta que quando não tem sol
Come o miojo dos versos sem sabor porque todo o sal
Do mundo e do meu gosto está rolando em gotas
Pelo rosto da moça que eu desejo encontrar
No meio do ar ardente pelo sal que vem do amar

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Feliz

Feliz faz parte
Desse sentimento maior que é como um mundo
Mas que no fundo
É pequeno como a tarde
Em que fiquei olhando pro horizonte
Sonhando com um monte
De coisas felizes
Tipo quando a menina diz
Sim
E eu fico assim
Feliz
Ai de mim!

Pergunta três

Querida amiga
Você aceita passear comigo
Pelas teias misteriosas e supercoloridas
Da vida que tem gosto de sonho
E ritmo de samba canção
E um menino risonho
Quer pegar a sua mão
Quer beijar o seu sim
E o seu não
E quer ficar acordado
Com você do lado
Quando despertar
Minha amiga linda
Vamos passear?

Vem

Sonhadora
pensativa
as águas correm sem parar
amadora
sensitiva
eu queria estar lá e pegar
na sua mão quando você
abriu os seus olhos lindos
e sentiu todo o prazer
do amor total que vem vindo

Vamos

Bons momentos nas dobras
Dos ventos que não vemos
Os olhos fechados bem intensos
Eu quero te ver
Eu quero falar uma coisa
Eu gosto daquela foto
Eu posso ficar escrevendo pela noite
Até o sol raiar
Mas isso não garante qualidade poética
Ou que ela vai gostar
Ela no caso é você
Sentada naquela pedra
Na beira do rio
No meio da floresta
A minha alma em festa
Nas dobras do vento
Que virá

Me olhar

Preciso dormir
Mas quero acordar
E ao seu lado eu ficaria realmente muito tempo
Acordado pra tudo que é bom de fazer
Pra não querer esquecer

Preciso dormir
Mas quero falar
Uma conversa sem fio ou melhor sem meio-fio
A inteireza é nossa certeza mesmo que você
Tenha tanto receio de molhar os pés
O sei

Vamos conversar e manter em aberto
As certezas as incertezas
As chamas que brilham
Acesas
Pela madrugada
Sem parar

Preciso dormir
Mas quero sonhar

Concorda

Me traga a sério
Não quero mais brincar
O seu mistério
É mais que suficiente
Pra eu sonhar

domingo, 14 de agosto de 2011

Deep

Vou fazer um poema bem simples
Pra conseguir te explicar o mais complicado

“Nossos clarins
Sempre a soar”

Você os ouve? Eu os ouço
In/dependem de você e de mim

É por isso que eu acredito que você
Também acredita. Entende? Você pode acreditar

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Mistério do Tempo

Tudo voa
E tudo está aqui agora
O tempo escoa
São tantas eras numa hora

Eu não entendo
Mas compreendo perfeitamente bem
Estamos no tempo
Que é o templo de todo o zen

sábado, 6 de agosto de 2011

Amar

Psicologia do amor
Não dá meu bem pra fazer análise
Nem bioquímica
Você sempre encontra explicaçõezinhas
Que não valem nada ou quase

Ah, eu lembro da gente
De como eu te estranhava
Como você sempre é alguém diferente de tudo
Que eu penso que eu quero que eu era que eu mudo

E é por isso que eu falava mais que a boca
Veja como a vida é cheia de oxímaros
E sempre todo sol nos bronzeava
Não havia barraca ou protetor solar

Por nosso amor
Pro nosso amar